Cupuaçu é uma das frutas brasileiras nativas que eu mais gosto.
Talvez pelos tantos anos que morei em Belém, e que até hoje quando sinto seu perfume, parece que lá estou – ou pela própria pungência que ela traz. Porque haja personalidade no DNA dessa maravilha para ser tão aromática, viu…
Mas essa torta nem ia virar post. Por isso, desculpem as fotos descompromissadas, tá? : )
Dia desses dei um jantar aqui em casa para um casal amigo super querido, o Ale e a Cris.
Foi daquelas noites em que se o tempo passar e amanhecer a gente se assusta com o sol… risos…
Ok, não chegamos a tanto. Mas nem vimos as horas avançarem. Conversamos tantas coisas, e foi tão, mas tão bom, que só tivemos vontade de que outra noite dessas aconteça logo logo!
E ainda ganhei uma fofura de presente, que a Cris criou exclusivamente pra mim!
De entrada, tivemos Coquilles Saint-Jacques, e a pièce-de-résistante foi vitela ao molho ferrugem. Eu adoro esse molho…
Mas voltando aos coquilles, eu preciso contar que essas conchas lindas e grandes, eram da minha mãe, que as usava há muuuuitos anos, e ela me deu dia desses …
Na hora da sobremesa, notei que o Ale – um formigão – fez muitos “Hummms”… – aquele sinal de que a coisa tá boa ; D
Estávamos tão entretidos nas conversas, que nem lembrei de fotografar o jantar em si.
E apenas por acaso tirei algumas fotos da Torta de cupuaçu… que nem caprichei porque eu não ia fazer post.
Mas no dia seguinte o Ale fez um post tão lindo sobre nosso jantar e postou a foto da torta – porque eles levaram pra casa deles – é claro – e tanta gente pediu a receita, que deixei de lado a vaidade das fotos mais-ou-menos, pra dividir com vocês o que de verdade é importante: o doce!!
Vamos lá então?
Ingredientes:
Para a massa:
– 250 grs de castanhas-do-Pará tostadas no forno por 15 minutos, e moídas no processador.
– 2/3 de xícara de açúcar
– 1 tablete (200 g) de manteiga sem sal, em temperatura ambiente
– 3-1/2 xícaras de farinha de trigo (peneiradas)
– 1 colher (chá) de sal
Para os recheios de cupuaçu:
1) O doce:
– 300 grs de polpa de cupuaçu
– 300 grs de açúcar
2) O creme:
– 300 grs de polpa de cupuaçu
– 1 lata de leite condensado
– 1 lata de creme de leite sem o soro
Preparo:
– Da massa:
Na batedeira bata a manteiga, o açúcar e o sal até misturar. Acrescente as castanhas-do-Pará moídas, e a farinha de trigo, somente até misturar (Não bata além disso, para a massa ficar bem leve e quebradiça).
Com a mão, vá espalhando e forrando com essa massa, o fundo e as bordas de uma forma de tartalette, de fundo removível, de cerca de 22 cm de diâmetro.
Separe um pedacinho de massa e corte com o cortador de biscoitos alguns, apenas para a decoração e asse-os em uma pequena assadeira, até dourarem (cerca de 15/18 minutos), conforme o tamanho dos biscoitos.
Pré-aqueça o forno em 180° e enquanto isso fure a massa com um garfo e leve ao freezer por 15 minutos.
Retire do freezer, forre a massa com papel alumínio e encha a cavidade com feijões crus.(que você guardará somente para esse fim, depois de resfriados, num vidro).
Leve para assar por cerca de 25 minutos.
Retire do forno, retire os feijões e o papel alumínio, e leve de volta ao forno por mais uns 10 minutos, ou até que a superfície esteja dourada e os cantinhos bem assados (se não assarem bem, a massa não fica crocante).
Se achar que as bordas superiores da torta podem escurecer, envolva-as com tiras de papel-alumínio.
Retire do forno e deixe esfriar por completo para desenformá-la, retirar o fundo e posicioná-la no prato de servir.
– Do recheio de doce de cupuaçu:
Leve ao fogo os ingredientes numa panela de fundo grosso, mexendo sem parar até que o doce engrosse, pouco mais que uma goiabada em ponto de pasta (lembre-se que depois que esfriar, o doce endurece mais).
Passe para um prato raso e leve ao freezer até esfriar (acelera o processo de resfriamento).
– Do creme de cupuaçu:
No liquidificador ou processador, bata todos os ingredientes. Reserve.
– Montagem da torta:
Massa da torta assada e fria, no prato de servir.
No fundo, espalhe o doce de cupuaçu, e por cima o creme.
Leve à geladeira por pelo menos 3 horas para firmar .
================
Dicas da Lena:
– Essa torta serve 6 pessoas, mas pode tranquilamente dobrar toda a receita, da massa e recheios, e fazer numa forma maior, de cerca de 28/30 cm de diâmetro.
– Se ficar na dúvida da textura do doce (da panela), faça um teste num pires com uma colher de cafezinho e leve ao freezer por alguns minutos. A textura deve ficar um pouco cremosa. Não é ponto de cortar.
– O delicioso dessa torta é a massa extremamente crocante, contrastando com a cremosidade do recheio. Para isso use manteiga mesmo(não margarina), e siga todos os passos que descrevi de como assar.
– Para que permaneça crocante, um truque é pincelar clara de ovo na massa da torta depois de completamente assada, assim que sair do forno. Ela “cozinha” com o calor e forma uma película que protege da umidade do recheio. Mas desta vez eu nem fiz isso e ficou bem crocante.
– Se achar que falta farinha de trigo, depois da massa batida, enfarinhe a superfície de trabalho e dê uma leve amassada com as mãos até chegar no ponto. Não amasse demais para não endurecer depois de assada.
Dependendo da temperatura ambiente, e vários outros fatores, farinhas não tem medidas tão precisas – em se tratando de biscoitos, massas de tortas e pães.
Só posso dizer uma coisa: Essa noite foi memorável! Prozeamos sem perceber para lá das 3 da manhã e, olha que nos encontramos cedo. Essa Torta de Cupuaçu merece o título de melhor do mundo, porque é daqueles sabores que ficam na memória.
bj
Ale
Ale,
Você e Cris são bacanésimos, e eu agradeço também o carinho de vocês : ))
Beijo!!
Lena, constatação horrível: nunca comi nada com cupuaçu. Fiquei triste. Mas a torta parece divina. Se achar a pola por aqui, farei.
Beijos
Oi Cris!
Normal… Eu custei a gostar desse sabor. Mas hoje é impossível não amar!
Se bem que cupuaçu está super difundido aqui no sudeste/sul.
Mas nada que se compara ao cupuaçu retirado fresco, em casa, como o meu : )
Beijo!
*Polpa.
Nossa! Que maravilha!
Adorei fotos e receitas. Parabéns.
Oi Lina!
Obrigada, amo muito tudo isso.
Bem-vinda!!
Beijos
É que nunca vi mesmo a polpa pra vender, mas vou procurar. Quem sabe. Se bem que deve ser meio aguado, mas melhor que nada.
Ah, Cris, dá uma procurada.
Porque as que vendem em SP tbem são aguadas. E vem da Bahia, não do Pará : /
Beijo
LENA E CRIS O CUPUAÇU NUNCA FOI DA BAHIA E SIM DO PARÁ, É POR ESTA RAZÃO QUE VOCES COMPRAM A POLPA AGUADA, AQUI A POLPA NEM ÁGUA LEVA, EXPERIMENTA TAMBÉM A POLPA DE BACURI É MARAVILHOSA.
UM ABRAÇO
LÉA CARVALHO- BELÉM/PARÁ
Lea,
Acho que vc se enganou viu?…
eu JAMAIS diria que o cupucçu é da Bahia.
Primeiro porque morei no Pará desde os 12 anos.
Segundo porque nem conheço a Bahia e sei perfeitamente a origem do cupuaçu. Numa antiga coluna minha de doces, escrevi inclusive a origem e o histórico dele.
Beijos
Lena você é demais! Só isso que tenho a dizer!
Parabéns
Viu o selinho que mandei pro seu Blog?
http://maeencantada.blogspot.com/2011/05/selo-de-qualidade.html
Bjos
Carol!!
Brigada pelo selinho, adorei : ))
Deixei comentario no seu Blog fofo!
Ainda vou aprender a mexer com algumas ferramentas deste blog : /
Beijo grande!
AHHHH…eu morri e fui pro Paraíso. Daí me receberam com esse manjar dos deuses !
Vou (tentar) fazer ontem ! Obrigada por dividir a receita dessa maravilhosa iguaria conosco.
Sueli,
No Paraíso há de ter essa torta sim : )
Mas alguém tem que fazer. Então, depois me conte ; D
Beijo
Gente, quem quer q a Lena escreve um livro levanta a mão !!!! Adoro suas fotos, de qualquer jeito! Tudo tão caprichado… e vc escreve de uma forma q nos faz morrer de vontade de experimentar estas delícias.
Peninha q eu não sei onde achar cupuaçu… mas tô mto curiosa, nunca vi.
Lena, eu tô precisando de uma informação.. pra fazer a receita do seu bolo de cenoura, em quadrados, qual o tamanho da forma que vc usa? Agradeço desde já. Bjs.
Ahh, Nique, alguma hora conseguirei, viu? : )
Obrigadíssima pelo incentivo!!
Onde vc mora não sei mesmo se encontraria cupuaçu, mesmo em polpa congelada. Mas dê uma olhada nos freezeres de supermercados ou quitandas melhores.
A forma para o bolo de cenoura pode ser mais ou menos de 40 x 28 cms. Um pouco maior ou um pouco menor. O bolo rende bem.
Beijo!
Lena,
Você é uma mulher muito chique mesmo, que bom gosto nos pratos servidos, com certeza seus convidados devem ter adorado, e esta cor de esmalte deixou sua unha lindona adorei!!!
Nique estou levantando a mão para a Lena escrever o livro, e com certeza estarei no lançamento e na fila de autógrafos.
Bjs
Obaaa Rosangela!
Já tenho duas leitoras pro meu futuro livro: vc e a Nique… Hahaha!!
Brincadeiras à parte, agradeço suas palavras bacanas e gentis. Se alguém vai na nossa casa merece o melhor né? : )
Assim como no meu blog vocês merecem meu melhor!!
Beijo
Lena, sou fã(qto bom gosto e idéias fantásticas)…e vou conhecer mais um monte na fila de autógrafos do livro. Vamos aguardar né Rosângela 🙂 🙂 🙂 e torcer para q venha em breve!!!
Mais uma vez, obrigada pela atenção.
Nique!!
Com pessoas queridas como você, meu dia fica mais doce e iluminado
:-***
Beijo!
Lena,
senti o cheiro de Belém por aqui. Conheci cupuaçu e todas as delícias feitas com essa fruta lá e tb amo de paixão.
Babei!!!
Bj
Não é Karla?
Belém e cupuaçu são tudo de bom : )))
Beijo!
Lena,
Parabéns!
Fiquei maravilhada pela torta, deve ser mesmo deliciosa.
Aqui em casa só entra doce quando tem visita. Então, vou rezar para aparecer logo uma.
Pena que a polpa não será a mesma da sua!
Com tempo passearei pelo seu blog, que me pareceu muito interessante.
bjs
Bem-vinda, Sueli!
Obrigada!
Venha sim, perambular pelo blog.
À direita, na página inicial, entre em “Categorias” – lá você verá muitos doces pra fazer pras suas visitas : )
Beijo!
Gente, que DELÍCIA! A massa dessa torta é tão gostosa que quase fica sem decoração – porque eu comi metade dos biscoitinhos… E o recheio? Muito, muito bom!
Beijos e obrigada pela receita,
Neyara
p.s.: usei o truquezinho da clara de ovo para manter a massa crocante, adorei!
Neyara!
Que felicidade!!
Adoro saber que vocês fazem, e principalmente que dá certo e gostam!
Verdade, a gente devora os biscoitinhos antes de terminar tudo; é um tormento : D
Beijo e volte sempre!
Lena! É até um pecado de tão lindo esse teu blog!Só o conheci ontem,adorei,tuas receitas são fabuçosas,vou fazer essa torta
sábado.Moro no Acre e cupuaçu é o que não falta.Tens mais uma leitora para teu livro.
Olá.. adorei a receita.. mas gostaria de tirar uma duvida… será quer daria pra substituir a massa normal pela farofa de biscoito de maisena??? misturando com a castanha do para???
Ariel,
Fica boa com biscoito.
Mas a massa da receita é absolutamente inigualável em leveza e crocäncia. Todo trabalho vale a pena 🙂
Beijos
Lena eu sou de Manaus e tb aqui tem muiiiitooooo cupuaçú e é muito complicado resistir a esse fruto de aroma e sabor inigualável.
Costumo preparar e saborear o doce e o creme como vc ensina aqui, massss como essa torta com essa crocancia e de castanha (nossa) combinação mais que perfeita
Tenho que fazer !!
Obrigada
Mondbeijos menina
Eunioce,
Obrigada pelo comentário!
Adoro cupuaçu e o contraste de sabores/texturas dessa torta é sensacional!
Beijos
Ai Lena, que massa é esta?
Eu tinha uma receita com massa de biscoito e suspiro em cima, que as meninas já adoravam. Mas aí elas comeram uma torta em uma confeitaria, como não gostaram muito, pediram que eu procurasse os ingredientes para que elas fizessem em casa. Foi quando eu lembrei da sua receita, elas acabaram de fazer, mas enfeitaram com lascas de castanha.
Adivinha se ainda tem algum biscoito?
Amanhã eu volto para contar o resultado da torta, mas já está dando briga antes de ser servida.
Lilde,
Né?
QUe bom que vc fez!! Essa massa é maravilhosa, saborosa e crocantíssima! Eu adoro!
Feliz que vocês gostaram e mais feliz que vc fez!
Beijão
A farinha de trigo é com ou sem fermento??
Nunca uso farinha com fermento
Oi parece ser uma delicia!!!
Como admiro sua dedicação, cuidado com os mínimos detalhes , decoração e, principalmente, sua generosidade em ensinar e repassar conhecimentos preciosos. São atos de amor. Obrigada, sempre. ❤️🌹
Cristina,
Muito obrigada pelas lindas palavras! Mesmo!
Beijão